O que faz um filme ser bom ou ruim? A resposta  dessa pergunta com certeza é impregnada de conceitos individuais. Gostar de um filme está muito mais relacionado a algo bem relativo. Todos sabem bem o ditado que diz que cada um tem o seu próprio gosto. Comecei o texto assim pois o filme que irei comentar com certeza será um poço de opiniões divergentes.

Interestelar parte de uma primícia apocalíptica. O fim do mundo é próximo e a salvação está na descoberta de novos planetas habitáveis. Assim, aventureiros são enviados aos mais distantes pontos do universo em uma jornada sem garantias de volta. Dirigido por Christopher Nolan (A Origem, O cavaleiro das trevas), o longa, e bota longa pois são quase 3 horas de filme, usufrui, assim como Gravidade, da ficção científica para abordar temas do nosso cotidiano.

O filme centra no relacionamento entre Cooper (Matthew McConaughey) e sua filha Murph (Jessica Chastain).  Com uma pitada da teoria da relatividade, trabalha-se o distanciamento, tanto físico, quanto emocional dos dois e todas as consequências geradas , chegam até a assustar.

Com cenários de tirar o folego e situações de muita ação, o filme também coloca em pauta os limites da bravura humana e a física moderna. Física essa que foi extremamente bem explicada se valendo das mais recentes pesquisas científicas e modelos teóricos. Nolan teve a preocupação de explicar os fenômenos que ocorrem na história para facilitar a compreensão e tentar deixar tudo o mais real o possível.

Uma curiosidade é que o físico Dr. Kip Thorne auxiliou a equipe de efeitos visuais a criar um software que conseguisse simular o visual de um buraco de minhoca. Alguns frames levaram mais de 100 horas para serem renderizados e deram ao diretor de efeitos visuais, Paul J. Franklin a oportunidade de escrever dois artigos científicos, um para a comunidade de astrofísica e outro para o pessoal da computação gráfica.

Como era de se esperar, um filme de Nolan conta com os melhores profissionais da industria cinematográfica. Interestelar é mais uma parceria entre o diretor e o compositor Hans Zimmer (A Origem, Sherlock Holmes, Transformers). O elenco conta com a participação de Anne Hathaway e Michael Cane, ambos já haviam trabalhado com Christopher na última trilogia de Batman, e Matthew McConaughey que arrasa com sua interpretação. Quase me esqueço da surpresa, Matt Damon cuja participação foi mantida em segredo até o lançamento do filme.

Uma fotografia linda, elenco excelente, trilha e efeitos sonoros perfeitos. O filme é, sem relativizar, uma obra e tanto. Conta com diversas referencias a clássicos como “2001 uma Odisseia no Espaço”. Fiquei o filme todo esperando os robôs saírem matando o povo mas não aconteceu. Sobre o final, surreal. Em suma, Brilhante.

Relativizando agora. Posso dizer que não é um filme para qualquer um. Quem não conseguir acompanhar o drama emocional ficará preso apenas aos efeitos e a ação. É denso, muita informação e se você pisca já perde algumas coisa. Li algumas críticas falando que Interestelar é ofuscado pelo sucesso de Gravidade. Eu relativizo, são temas diferentes e enquanto Gravidade usufrui do empirismo da exploração espacial, Interestelar usa a teoria e a imaginação.

Para mim é um filme sensacional. Mas, como gosto é relativo, só você assistindo para dar o veredito. Uma dica: esse filme foi gravado em IMAX, então se na sua cidade tem alguma sala IMAX assista o filme nela!

Trailer:

Confira o vídeo abaixo para saber um pouco mais sobre os efeitos do filme: