Compacto, irreverente e equilibrado.
A mais nova produção dos estúdios Marvel chega aos cinemas com enorme expectativa. Depois de uma campanha publicitária incrível, Deadpool cumpre o que promete e foge da mesmice dos últimos filmes de super-heróis.
Deadpool estreou nos quadrinhos em 1991. Desde 2000 já se discutiam planos para um filme solo do anti-herói. Em 2004, o ator canadense Ryan Reynolds comprou a ideia e passou a integrar a equipe de desenvolvimento do longa que não saiu do papel. Cinco anos depois, no fracasso X-Men Origens, Deadpool e Reynolds se encontraram de vez, entretanto apenas como uma personagem coadjuvante. O longa além de decepcionar crítica e os fãs não agradou o próprio ator.
Um ano após o fracasso de Origens, a direção da Fox decidiu retomar o projeto do filme solo e optaram por trazer as peculiaridades da personagem para as telas, como o diálogo com o telespectador e as piadas afiadas. De 2010 a 2014 o projeto ficou em fase de desenvolvimento que foi marcada pelo vazamento do roteiro, vídeos de teste e foto dos bastidores. Com uma reação positiva ao material, a produção finalmente começou e com o menor orçamento entre os filmes do universo dos X-men, apenas 58 milhões de dólares (cerca de 1/4 do orçamento de X-Men Dias de um futuro esquecido). Finalmente, após 11 anos, o longa solo de Deadpool chega as salas de cinema.

Acompanhamos a saga de Wade Wilson que após descobrir que tem seus dias contados devido ao câncer decide participar de um experimento que salvará sua vida. Ele eventualmente acaba se transformando no irreverente Deadpool e decide se vingar daqueles que o transformaram. Logo no início o público se depara com uma sequência que marca o tom e o ritmo da produção. Um destaque especial a edição que consegue costurar diversos flashbacks e ao roteiro, cheio de piadas afiadas e referências a outros filmes e personagens, como o Wolverine. Alem de Ryan Reynolds, o elenco conta com Ed Skreina no papel de vilão e com a brasileira Morena Baccarin (Gotham) no papel de Vanessa Carlysle, a namorada de Wade.

O filme marca a estréia de Tim Miller (criador da sequencia de abertura de Thor: Mundo Sombrio) como diretor o que explica a qualidade dos efeitos especias que, apesar de decepcionar em algumas cenas devido a qualidade gráfica, se integram a história e aos atores de forma impecável. Não poderia deixar de comentar as fantásticas quebras da 4ª parede, ou seja, os diálogos com o público que Deadpool faz. Por último, um destaque a participação das personagens e as menções dos X-Men que, apesar de já terem sido adiantadas nos trailers, rendem excelentes momentos.

Deadpool se consagra como uma comédia compacta (de baixo orçamento), irreverente e com uma boa dose de ação. Um filme para um público mais velho que cumpre o que promete e já prepara o terreno para sua continuação. Já estreou no Brasil e está disponível também em IMAX. Como o próprio Deadpool disse: “Esse é um filme de Super-Herói diferente” .