Pode-se dizer que a indústria cinematográfica vive, apesar da recessão internacional, uma excelente fase. Metros e mais metros de filmes são lançados nos cinemas e as bilheterias só aumentam. O efeito colateral é justamente a transformação de um substantivo, cinema, em um mero adjunto adnominal. A 7ª Arte, de arte, atualmente tem pouco. No cenário de produção massiva e para massas, fica cada vez mais difícil de encontrar as Mona Lisas, os Van Goghs do cinema. Felizmente, se procurar, ainda é possível achar obras de arte em meio a tantos títulos.
“A Teoria de Tudo” conta a história do renomado cientista, Prof. Stephen Hawking e sua primeira esposa, Jane Wilde. O filme aborda a dificuldade enfrentada pelo casal devido a ELA, esclerose lateral amiotrófica, doença que afetou seriamente o professor e sua jornada em busca da compreensão do tempo.
O filme é impecável em todos os aspectos. Trilha sonora perfeita e uma fotografia sensacional. O roteiro é equilibrado, mantendo momentos de humor e não sendo apelativo na hora do drama. Enfase para as duas referências a série britânica Doctor Who.
O grande destaque vai para os atores principais, Eddie Redmayne e Felicity Jones, e para o diretor James Marsh. O trio consegui transmitir todo o drama vivido pelas personagens, especialmente Redmayne que retratou a evolução da doença de Hawking de forma brilhante.
“A Teoria de Tudo” é uma obra de arte, um autentico Van Gogh cinematográfico. Não é atoa que o filme possui 5 indicações ao Oscar e ganhou dois Globos de Ouro. É, sem dúvidas, um “must see” para qualquer interessado em ciência e para qualquer cinéfilo.
Algumas pessoas me procuraram levantando o fato de que o ritmo da história cai na segunda metade do longa. Não deixo de concordar, entretanto, na minha opinião, isso não afetou a avaliação do filme.