“Nem os 30 minutos de Channing Tatum sem camisa conseguiram impedir o naufrágio de “O Destino de Júpiter”
Criado pelos Wachowskis, famosos por Matrix, o universo de “Destino de Júpiter” é, sem dúvidas, vasto e aguarda por ser explorado. Infelizmente, a primeira produção a se passar nesse mundo peca em diversos aspectos.
Com um orçamento estimado de 176 milhões de dólares, é obvio que a produção investiu no elenco, na trilha sonora e no visual do filme. Infelizmente os elogios acabam aqui.
A começar pela trama. Uma adolescente que se apaixona por um cara misterioso, cheio de segredos, e que deve protege-la a qualquer custo. Isso me lembra um pouco Divergente. Adicione a palavra Aliens ao roteiro e fica tudo igual. Similaridades de lado, o fato é que a história romântica entre as personagens de Channing Tatum e Mila Kunis é engraçada, mas artificial. Jupiter Jones, a personagem de Kunis, simplesmente se joga nos braços de Caine, Tatum, sem demonstrar qualquer resistência à história por ele apresentada.
Em outras palavras, Kunis e a direção ficaram hipnotizados pelo peitoral de Tatum que esqueceram das falas e cenas que trariam verossimilhança ao affair dos dois. Sim, as mulheres vão a loucura com mais de 30 minutos do novo galã de Hollywood correndo sem camisa e, eu escutei isso, orelhas pontudas sexy.
Uma pausa para parabenizar os vilões do longa. Em especial para Eddie Redmayne, que acabou de ganhar um óscar por “A Teoria de Tudo”, que trouxe vida a um complexado vilão, Balem Abrasax.
Outra falha do roteiro é a superficialidade, não das personagens, mas sim do que é apresentado de cada personagem. Deu pra entender? Não? Explicando: Fica evidente que existe muita confusão na história, muita coisa guardada pelos protagonistas e antagonistas, mas o filme simplesmente não trabalha isso, o que matou tudo, repito, tudo o que esse filme poderia se tornar.
Minha maior revolta é que demoram mais de 50 minutos para darem informações essenciais para compreender a trama, ou seja, você fica 50 minutos boiando na história. Aos Wachowskis, se o fracasso de “A Viagem” não foi o suficiente para vocês lembrarem como se faz um bom filme, acho que 136 milhões de prejuízo, até o momento, serão.
Por último, minha maior tristeza. A trilha sonora. Composta por Michael Giacchino, responsável pela musica de Fringe, Super 8, Up; foi brilhante demais. Na minha humilde opinião faltou a sonoridade sombria que vimos nos dois últimos Star Trek.
“O Destino de Júpiter” tem de bom apenas o visual e seu universo. Ao menos o 3D ta bem legal. Sem mais palavras, algumas linhas de silêncio em compaixão as vítimas dessa produção, nós, público que esperava algo sensacional!